quinta-feira, 19 de abril de 2012

Memórias de um ditador


Há 33 anos tomava o poder com apoio de espadas, canhões e baionetas. Em meio a guerras dominava nações, destruía vilarejos matava os inimigos sem dó nem piedade aos sobreviventes o laço do carrasco. Assim subi ao cargo de imperador, o povo me amava a ponto de elevar a seu deus, e meus inimigos me odiavam com todas as forças. Dominei países com inevitável banho de sangue, agora vejo que nem todo o poder, a glória não me vale a nada. Meus companheiros só são fiéis a mim por ter muita riqueza, me sinto e meio a multidão e ao mesmo tempo o vazio de um quarto escuro. Agora enfrento revoltas dos cidadãos, e com isso meus inimigos formam alianças para me derrubar do poder, vejo pela janela desta sala que não tem mais jeito. Ouço um estouro, e o portão de minha casa sendo arrombado,eles estão vindo, abraço o anjo da morte como um servo fiél e grato, que sempre venerei esses anos enviando as almas de meus inimigos.


Maurício de Freitas Vieira Neto

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