terça-feira, 24 de abril de 2012

Diário de um inquisidor



Hoje de manha como de costume nesses tempos difíceis, tive que presidir outro julgamento tão absurdo contra um homem já de idade que tinha mais ou menos uns 70 anos estava preso e encarcerado há sete anos sob torturas diárias.
Ele e mais outro de seus irmãos foi levado ao tribunal para sua sentença. Eu juntamente com os demais inquisidores analisei a sua carta de confissão, particularmente achei vaga pareceu ser forjada.
Vendo o que acontecia comecei a refletir sobre os acusados, cavaleiros que lutaram por sua madre igreja, hoje torturados e condenados a morte na fogueira como heresia sob uma confissão que notasse de longe que foi forçada. Tomei a decisão de suspender o julgamento por alguns instantes, fui ate o Papa e o Rei para perguntar sobre o que estava para acontecer. Os dois me atacaram com um monte de ameaças, e juraram que se eu não os condenasse quem iria ser queimado seria eu. Aparentemente notei que não passava de cobiça pelas riquezas que a ordem possuía.
Voltei ao julgamento, com um peso enorme na consciência condenei Sir  Jacques DeMolay e Sir Guy D’ Avergnie a serem levados a fogueira naquela tarde do dia 18 de março de 1314. Com um sentimento imenso de culpa por ter condenado inocentes a morte fui pra diante do pelourinho onde os mesmos seriam queimados.
Lá vi os dois serem amarrados e o carrasco se aproximar com a tocha. Naquele momento senti um ódio imenso pelo Rei e pelo Papa. Tomei uma decisão, joguei uma taça de vinho que estava tomando na face sepulcral de vossa santidade e me atirei na fogueira junto com os nobres cavaleiros condenados. Que minhas cinzas descansem em paz ao lado do Grão mestre e de seu fiel irmão!!!  


Maurício de Freitas Vieira Neto

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Memórias de um ditador


Há 33 anos tomava o poder com apoio de espadas, canhões e baionetas. Em meio a guerras dominava nações, destruía vilarejos matava os inimigos sem dó nem piedade aos sobreviventes o laço do carrasco. Assim subi ao cargo de imperador, o povo me amava a ponto de elevar a seu deus, e meus inimigos me odiavam com todas as forças. Dominei países com inevitável banho de sangue, agora vejo que nem todo o poder, a glória não me vale a nada. Meus companheiros só são fiéis a mim por ter muita riqueza, me sinto e meio a multidão e ao mesmo tempo o vazio de um quarto escuro. Agora enfrento revoltas dos cidadãos, e com isso meus inimigos formam alianças para me derrubar do poder, vejo pela janela desta sala que não tem mais jeito. Ouço um estouro, e o portão de minha casa sendo arrombado,eles estão vindo, abraço o anjo da morte como um servo fiél e grato, que sempre venerei esses anos enviando as almas de meus inimigos.


Maurício de Freitas Vieira Neto