Hoje de manha como de costume nesses tempos difíceis, tive
que presidir outro julgamento tão absurdo contra um homem já de idade que tinha
mais ou menos uns 70 anos estava preso e encarcerado há sete anos sob torturas diárias.
Ele e mais outro de seus irmãos foi levado ao tribunal para
sua sentença. Eu juntamente com os demais inquisidores analisei a sua carta de
confissão, particularmente achei vaga pareceu ser forjada.
Vendo o que acontecia comecei a refletir sobre os acusados,
cavaleiros que lutaram por sua madre igreja, hoje torturados e condenados a
morte na fogueira como heresia sob uma confissão que notasse de longe que foi
forçada. Tomei a decisão de suspender o julgamento por alguns instantes, fui
ate o Papa e o Rei para perguntar sobre o que estava para acontecer. Os dois me
atacaram com um monte de ameaças, e juraram que se eu não os condenasse quem
iria ser queimado seria eu. Aparentemente notei que não passava de cobiça pelas
riquezas que a ordem possuía.
Voltei ao julgamento, com um peso enorme na consciência
condenei Sir Jacques DeMolay e Sir Guy D’
Avergnie a serem levados a fogueira naquela tarde do dia 18 de março de 1314.
Com um sentimento imenso de culpa por ter condenado inocentes a morte fui pra
diante do pelourinho onde os mesmos seriam queimados.
Lá vi os dois serem amarrados e o carrasco se aproximar com
a tocha. Naquele momento senti um ódio imenso pelo Rei e pelo Papa. Tomei uma
decisão, joguei uma taça de vinho que estava tomando na face sepulcral de vossa
santidade e me atirei na fogueira junto com os nobres cavaleiros condenados.
Que minhas cinzas descansem em paz ao lado do Grão mestre e de seu fiel irmão!!!
Maurício de Freitas Vieira Neto